Palco Cultural: “Carnaval 2025“ Música não é para falar de baixaria”, diz vocalista do Olodum sobre a atual música baiana
Bahia

Em 2025, a Axé Music completa 40 anos de muita história, passando pelo produtor Wesley Rangel, dono da gravadora WR Estúdios, um dos grandes responsáveis pelo grande sucesso do Axé, que infelizmente nos deixou aos 65 anos em 2016, vítima de um câncer de próstata; nomes como o de Luiz Caldas, Marcionílio Prado, Banda Mel, Olodum, Timbalada, Chiclete com Banana, entre tantos outros que levaram a Bahia para o mundo.
Em entrevista realizada após ensaio ocorrido no último domingo (19) em Salvador, Narcizinho, vocalista da Banda Olodum, ressaltou a importância da Axé Music, em seus 40 anos de existência.
"São 40 anos de axé, 45 de Olodum, estamos em uma festa maravilhosa, é alegria, Olodum, que este ano vem com o tema do Olodumaré, que fala sobre o Deus supremo, Deus maior, onde tudo começou, foi daí que extraímos esse nome para formar o nome Olodum. Axé 40 anos de muita história, tenho 50 anos de idade, 15 anos de Olodum, venho acompanhando o Axé, fazemos parte dessa história, homenageando a todos com muito amor, máximo respeito a todas as pessoas que criaram esse ritmo, que representa força e energia".
Segundo o vocalista, apesar de não estar em alta no momento, o Axé nunca vai morrer.
"O axé nunca vai morrer, não tem como, o Axé é imortal, só precisa ter um olhar mais especial para essa galera, precisa de união para fortalecer, quando dizem que está acabado, é porque não conhecem o que realmente é o Axé. O Axé é força, somos fortes, somos axé, somos samba reggae, somos 45 anos de Olodum, 40 anos de axé, não tem como morrer, quem fala é porque não entende e não conhece".
Narcizinho teceu fortes críticas as letras das atuais músicas baianas.
"Está faltando mais respeito por parte de algumas bandas, que precisam entender que a música não é para falar de baixaria, mas sim, algo que as nossas crianças possam ouvir, palavras boas, que edificam. A música da Bahia precisa ser repaginada, eles fazem o que querem, tudo bem que ganha dinheiro, mas isso não é tudo, a cultura, o ensinamento, nenhuma música que no futuro possa prejudicar".
Um outro músico que teceu críticas, foi o pagodeiro Márcio Vítor, após ensaio da Banda Psirico, realizado no sábado (18), onde ele comentou a respeito do naipe baiano, estilo de dança que viralizou nas redes sociais e já foram executadas pelos cantores Ludmilla e Léo Santana e pela dançarina Lore Improta.
De acordo com Márcio Vítor a Bahia gosta é de pagodão.
Crédito da Imagem: Igor Ramos
"Os baianos gostam de pagodão. Esse ano no carnaval não vai ter negócio de porra de naipe. Quem manda no carnaval é o pagodão”. Ainda segundo o cantor, ele foi um dos responsáveis por ajudar a criar o estilo musical.
“Eu não tinha ego, mas aprendi a ter, porque ajudei a criar esse ritmo. Fui eu quem trouxe essas percussões pra cá, quem pesquisou e quem transformou os arranjos com base nos meus estudos. Hoje, o Brasil inteiro gosta desse ritmo”, afirmou.
Crédito da Imagem: Igor Ramos
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