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Feira de Santana: “Tragédia” Manutenção deficiente e falta de adaptação às cargas modernas podem ter causado colapso da ponte Kubitschek, afirma engenheiro

Segundo ele, as infiltrações, trincas, rachaduras e armaduras expostas são sinais claros de negligência no cuidado com a estrutura.

Feira de Santana: “Tragédia” Manutenção deficiente e falta de adaptação às cargas modernas podem ter causado colapso da ponte Kubitschek, afirma engenheiro
📸Divulgação


Em entrevista ao site Conectado News, o engenheiro civil e ex-diretor do Departamento de Infraestrutura de Transportes da Bahia (Derba), Jaime Cruz, analisou o recente colapso da ponte Juscelino Kubitschek, que liga os estados do Maranhão e Tocantins. Para ele, o ocorrido não pode ser classificado como um acidente, mas sim como “uma tragédia anunciada”, devido aos sinais de deterioração que a estrutura apresentava.


“A ponte deu vários avisos. Podemos apenas especular até que haja um laudo técnico conclusivo, mas, com base nas imagens divulgadas e na experiência acumulada, é evidente que houve falhas de manutenção”, afirmou Cruz.


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Segundo ele, as infiltrações, trincas, rachaduras e armaduras expostas são sinais claros de negligência no cuidado com a estrutura. “Quando o ferro é exposto à água e ao oxigênio, ele sofre corrosão, perdendo a seção útil e enfraquecendo a estrutura. A falta de intervenções para corrigir esses problemas ao longo dos anos levou ao colapso”, explicou.


Outro ponto destacado pelo engenheiro foi a falta de adaptação da ponte às cargas modernas. Construída na década de 1960, a estrutura foi projetada para suportar cargas bem inferiores às atuais. “Hoje, caminhões podem transportar cargas de até 70 toneladas ou mais. Sem uma adequação para essas demandas, a ponte ficou vulnerável”, disse. Ele também levantou a questão da ausência de balanças rodoviárias na região para monitorar e limitar o peso dos veículos.


Cruz também criticou a gestão do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) na região. “É curioso que o superintendente do DNIT no Maranhão seja um psicólogo, indicado pela família Sarney. É difícil entender como alguém sem formação em engenharia pode estar à frente de um órgão tão técnico”, observou.


Apesar das considerações iniciais, o engenheiro ressaltou que apenas um laudo técnico detalhado poderá esclarecer as reais causas do colapso. “Por ora, o que podemos afirmar é que a soma da falta de manutenção, dos problemas estruturais e das cargas excessivas culminaram nesta tragédia”, concluiu.


Fonte: Conectado News/ Por: Mayara Nailanne



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